quarta-feira, 30 de outubro de 2013

O direito de ser deixado em paz


Responsável por uniformizar a interpretação da lei federal seguindo os princípios constitucionais e a defesa do Estado de Direito, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) está sempre aberto à discussão dos temas mais relevantes para a sociedade brasileira. Este ano, o Tribunal da Cidadania trouxe à tona o debate sobre o chamado direito ao esquecimento.

O direito ao esquecimento não é um tema novo na doutrina jurídica, mas entrou em pauta com mais contundência desde a edição do Enunciado 531 da VI Jornada de Direito Civil, promovida pelo Conselho da Justiça Federal (CJF). O texto, uma orientação doutrinária baseada na interpretação do Código Civil, elenca o direito de ser esquecido entre os direitos da personalidade.

Ao estabelecer que “a tutela da dignidade da pessoa humana na sociedade da informação inclui o direito ao esquecimento”, o Enunciado 531 estabelece que o direito de não ser lembrado eternamente pelo equívoco pretérito ou por situações constrangedoras ou vexatórias é uma forma de proteger a dignidade humana.

A tese de que ninguém é obrigado a conviver para sempre com erros do passado foi assegurada pela Quarta Turma do STJ no julgamento de dois recursos especiais movidos contra reportagens exibidas em programa de televisão.

Chacina da Candelária

No primeiro caso (REsp 1.334.097), a Turma reconheceu o direito ao esquecimento para um homem inocentado da acusação de envolvimento na chacina da Candelária e posteriormente retratado pelo programa Linha Direta, da TV Globo, anos depois de absolvido de todas as acusações.

Nesse acaso, a Turma concluiu que houve violação do direito ao esquecimento e manteve sentença da Justiça fluminense que condenou a emissora ao pagamento de indenização no valor R$ 50 mil.

O homem foi apontado como coautor da chacina da Candelária, sequência de homicídios ocorridos em 23 de julho de 1993, no Rio de Janeiro, mas foi absolvido por unanimidade. No recurso, ele sustentou que recusou pedido de entrevista feito pela TV Globo, mas mesmo assim o programa veiculado em junho de 2006 citou-o como um dos envolvidos na chacina, posteriormente absolvido.

Ele ingressou na Justiça com pedido de indenização, sustentando que sua citação no programa levou a público, em rede nacional, situação que já havia superado, reacendendo na comunidade onde reside a imagem de chacinador e o ódio social, e ferindo seu direito à paz, anonimato e privacidade pessoal. Alegou, ainda, que foi obrigado a abandonar a comunidade para preservar sua segurança e a de seus familiares.

Acompanhando o voto do relator, ministro Luis Felipe Salomão, a Turma concluiu que a ocultação do nome e da fisionomia do autor da ação não macularia sua honra nem afetaria a liberdade de imprensa.

A Turma entendeu que o réu condenado ou absolvido pela prática de um crime tem o direito de ser esquecido, pois se os condenados que já cumpriram a pena têm direito ao sigilo da folha de antecedentes e à exclusão dos registros da condenação no instituto de identificação, por maiores e melhores razões aqueles que foram absolvidos não podem permanecer com esse estigma, conferindo-lhes a lei o mesmo direito de serem esquecidos.

Para os ministros da Quarta Turma, a fatídica história poderia ter sido contada de forma fidedigna sem que para isso a imagem e o nome do autor precisassem ser expostos em rede nacional, até porque, certamente, ele não teve reforçada sua imagem de inocentado, mas sim a de indiciado.

Caso Aída Curi

No segundo caso (REsp 1.335.153), a mesma Quarta Turma negou direito de indenização aos familiares de Aída Curi, que foi abusada sexualmente e morta em 1958 no Rio de Janeiro. A história desse crime, um dos mais famosos do noticiário policial brasileiro, foi apresentada no programa Linha Direta com a divulgação do nome da vítima e de fotos reais, o que, segundo seus familiares, trouxe a lembrança do crime e todo sofrimento que o envolve.

Os irmãos da vítima moveram ação contra a emissora com o objetivo de receber indenização por danos morais, materiais e à imagem. Por maioria de votos, o STJ entendeu que, nesse caso, o crime era indissociável do nome da vítima. Isto é, não era possível que a emissora retratasse essa história omitindo o nome da vítima, a exemplo do que ocorre com os crimes envolvendo Dorothy Stang e Vladimir Herzog.

Segundo os autos, a reportagem só mostrou imagens originais de Aída uma vez, usando sempre de dramatizações, uma vez que o foco da reportagem foi no crime e não na vítima. Assim, a Turma decidiu que a divulgação da foto da vítima, mesmo sem consentimento da família, não configurou abalo moral indenizável.

Nesse caso, mesmo reconhecendo que a reportagem trouxe de volta antigos sentimentos de angústia, revolta e dor diante do crime, que aconteceu quase 60 anos atrás, a Turma entendeu que o tempo, que se encarregou de tirar o caso da memória do povo, também fez o trabalho de abrandar seus efeitos sobre a honra e a dignidade dos familiares.

O voto condutor também destacou que um crime, como qualquer fato social, pode entrar para os arquivos da história de uma sociedade para futuras análises sobre como ela – e o próprio ser humano – evolui ou regride, especialmente no que diz respeito aos valores éticos e humanitários.

Esquecimento na internet
O surgimento do direito ao esquecimento, como um direito personalíssimo a ser protegido, teve origem na esfera criminal, mas atualmente foi estendido a outras áreas, como, por exemplo, nas novas tecnologias de informação. Ele em sido abordado na defesa dos cidadãos diante de invasões de privacidade pelas mídias sociais, blogs, provedores de conteúdo ou buscadores de informações.

O instituto vem ganhando contornos mais fortes em razão da facilidade de circulação e de manutenção de informação pela internet, capaz de proporcionar superexposição de boatos, fatos e notícias a qualquer momento, mesmo que decorrido muito tempo desde os atos que lhes deram origem.

Para a ministra Eliana Calmon, do STJ, isso acontece porque as decisões judiciais são baseadas na análise do caso concreto e no princípio de que a Justiça deve estar sempre em sintonia com as exigências da sociedade atual. “O homem do século 21 tem como um dos maiores problemas a quebra da sua privacidade. Hoje é difícil nós termos privacidade, porque a sociedade moderna nos impõe uma vigilância constante. Isso faz parte da vida moderna”, afirma.

Autor do Enunciado 531, o promotor de Justiça do Rio de Janeiro Guilherme Magalhães Martins explica que o direito ao esquecimento não se sobrepõe ao direito à liberdade de informação e de manifestação de pensamento, mas ressalta que há limites para essas prerrogativas.

"É necessário que haja uma grave ofensa à dignidade da pessoa humana, que a pessoa seja exposta de maneira ofensiva. Porque existem publicações que obtêm lucro em função da tragédia alheia, da desgraça alheia ou da exposição alheia. E existe sempre um limite que deve ser observado”, diz ele.

Martins ressalta que, da mesma forma que a liberdade de expressão não é absoluta, o direito ao esquecimento também não é um direito absoluto: “Muito pelo contrário, ele é excepcional.”

O promotor ainda esclarece que, apesar de não ter força normativa, o Enunciado 531 remete a uma interpretação do Código Civil referente aos direitos da personalidade, ao afirmar que as pessoas têm o direito de ser esquecidas pela opinião pública e pela imprensa.

Sem reescrever a história
Uma foto tirada em momento de intimidade pode se propagar por meio das mídias sociais com impensada rapidez. Fatos praticados na juventude, e até já esquecidos, podem ser resgatados e inseridos na rede, vindo a causar novos danos atuais, e até mais ruinosos, além daqueles já causados em época pretérita. Quem pretende ir à Justiça com a intenção de apagar essas marcas negativas do passado pode invocar o direito ao esquecimento.

O desembargador do Tribunal Regional Federal da 5ª Região Rogério Fialho Moreira, que coordenou a Comissão de Trabalho da Parte Geral na VI Jornada, explica que o enunciado garante apenas a possibilidade de discutir o uso que é dado aos eventos pretéritos nos meios de comunicação social, sobretudo nos meios eletrônicos. De acordo com ele, na fundamentação do enunciado ficou claro que o direito ao esquecimento não atribui a ninguém o direito de apagar fatos passados ou reescrever a própria história.

“Não é qualquer informação negativa que será eliminada do mundo virtual. É apenas uma garantia contra o que a doutrina tem chamado de superinformacionismo. O enunciado contribui, e muito, para a discussão do tema, mas ainda há muito espaço para o amadurecimento do assunto, de modo a serem fixados os parâmetros para que seja acolhido o esquecimento de determinado fato, com a decretação judicial da sua eliminação das mídias eletrônicas”, diz o magistrado.

Parâmetros que serão fixados e orientados pela ponderação de valores, de modo razoável e proporcional, entre os direitos fundamentais e as regras do Código Civil sobre proteção à intimidade e à imagem, de um lado, e, de outro, as regras constitucionais de vedação à censura e da garantia à livre manifestação do pensamento.

De acordo com o magistrado, na sociedade de informação atual, até mesmo os atos mais simples e cotidianos da vida pessoal podem ser divulgados em escala global, em velocidade impressionante.

“Verifica-se hoje que os danos causados por informações falsas, ou mesmo verdadeiras, mas da esfera da vida privada e da intimidade, veiculadas através da internet, são potencialmente muito mais nefastos do que na época em que a propagação da notícia se dava pelos meios tradicionais de divulgação. Uma retratação publicada em jornal podia não ter a força de recolher as ’penas lançadas ao vento’, mas a resposta era publicada e a notícia mentirosa ou injuriosa permanecia nos arquivos do periódico. Com mais raridade era ressuscitada para voltar a perseguir a vítima”, esclarece.

O enunciado, segundo o magistrado, ajudará a definir as decisões judiciais acerca do artigo 11 do Código Civil, que regulamenta quais direitos de personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, assim como do artigo 5º da Constituição Federal, como o direito inerente à pessoa e à sua dignidade, entre eles a vida, a honra, a imagem, o nome e a intimidade.

Right to be let alone No entendimento do desembargador, a teoria do direito ao esquecimento surgiu exatamente a partir da ideia de que, mesmo quem comete um crime, depois de determinado tempo, vê apagadas todas as consequências penais do seu ato. No Brasil, dois anos após o cumprimento da pena ou da extinção da punibilidade por qualquer motivo, o autor do delito tem direito à reabilitação. Depois de cinco anos, afasta-se a possibilidade de considerar-se o fato para fins de reincidência, apagando-o de todos os registros criminais e processuais públicos.

Ainda segundo ele, o registro do fato é mantido apenas para fins de antecedentes, caso cometa novo crime e, mesmo assim, a matéria encontra-se no Supremo Tribunal Federal (STF), para decisão sobre a constitucionalidade dessa manutenção indefinida no tempo.

Mas, extinta a punibilidade, a certidão criminal solicitada sai negativa, inclusive sem qualquer referência ao crime ou ao cumprimento de pena. "Ora", conclui Moreira, "se assim é até mesmo em relação a quem é condenado criminalmente, não parece justo que os atos da vida privada, uma vez divulgados, possam permanecer indefinidamente nos meios de informação virtuais. Essa é a origem da teoria do direito ao esquecimento, consagradora do right to be let alone, ou seja, do direito a permanecer sozinho, esquecido, deixado em paz."
 
do site do STJ

Por que Testemunhas de Jeová não aceitam transfusão de sangue?

Alguns conceitos equivocados

Mito: As Testemunhas de Jeová não usam remédios nem aceitam tratamentos médicos.
Fato: Nós procuramos para nós e nossa família o melhor tratamento médico possível. Quando ficamos doentes, consultamos médicos com experiência em realizar tratamentos e cirurgias sem sangue. Reconhecemos os avanços que foram feitos no campo da medicina. De fato, os tratamentos sem sangue desenvolvidos para ajudar pacientes Testemunhas de Jeová agora são usados para beneficiar outros pacientes. Em muitos países, qualquer paciente pode escolher evitar os riscos decorrentes de transfusões, como doenças transmitidas pelo sangue, reações do sistema imunológico e erro humano.
Mito: As Testemunhas de Jeová acreditam que a fé pode curar doenças.
Fato: Nós não realizamos curas pela fé.
Mito: Evitar transfusões de sangue é muito caro.
Fato: Os tratamentos médicos sem sangue são economicamente viáveis. *
Mito: Muitas Testemunhas de Jeová, incluindo crianças, morrem todo ano por não aceitarem transfusão de sangue.
Fato: Essa afirmação não tem nenhuma base. É comum cirurgiões realizarem procedimentos complexos, como operações cardíacas, cirurgias ortopédicas e transplantes de órgãos, sem o uso de transfusões de sangue. * Os pacientes, incluindo crianças, que não recebem transfusão geralmente se recuperam tão bem quanto, ou até melhor, do que aqueles que aceitam transfusão. * De qualquer modo, ninguém pode dizer com certeza que um paciente vai morrer se recusar uma transfusão ou que vai sobreviver se aceitá-la.

Por que as Testemunhas de Jeová não aceitam transfusão de sangue?

Isso é mais uma questão religiosa do que médica. Tanto o Velho como o Novo Testamento claramente nos ordenam a nos abster de sangue. (Gênesis 9:4; Levítico 17:10; Deuteronômio 12:23; Atos 15:28, 29) Além disso, para Deus, o sangue representa a vida. (Levítico 17:14) Então, nós evitamos tomar sangue por qualquer via não só em obediência a Deus, mas também por respeito a ele como Dador da vida.

Os conceitos estão mudando
No passado, a comunidade médica costumava encarar as opções terapêuticas a transfusões de sangue como extremistas, ou até mesmo suicidas. Mas isso tem mudado nos últimos anos. Por exemplo, em 2004, um artigo publicado numa revista médica declarou que “muitas das técnicas desenvolvidas para pacientes Testemunhas de Jeová em breve se tornarão procedimentos-padrão”. * Um artigo na revista Heart, Lung and Circulation disse em 2010 que “a cirurgia sem sangue não deveria se limitar apenas às Testemunhas de Jeová, mas fazer parte integral da prática cirúrgica básica”.
Milhares de médicos em todo o mundo usam técnicas de conservação de sangue para realizar cirurgias complexas sem transfusão. Essas opções terapêuticas são usadas até mesmo em países em desenvolvimento e são solicitadas por muitos pacientes que não são Testemunhas de Jeová.
 
do site JW.org.pt


 

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Can you marry someone in a vegetative state?


by Xavier Symons | 19 Oct 2013 |
As the Terri Schiavo case showed, the status of advanced directives can be controversial. But they are used – in various countries – to authorize withdrawal of life-support and even euthanasia. How about a wedding?
A controversial case before an Illinois District Court has generated debate about the limits of advance directives. John Morris, 63, the fiancé of Collette Purifoy, suffered an anoxic brain injury during an operation November 2009, leaving him in a vegetative state. Just before the operation, he had proposed to Purifoy, his partner for 30 years. Now Purifoy wants to marry Morris, despite his unconsciousness.
Illinois law requires that both individuals appear before a county clerk and sign the marriage application - something Morris is obviously unable to do. The state has refused the certificate because of this.
Practical Ethics writer Luke Davies criticised the decision. Surrogate decision makers should be able to be proxies for an unconscious person - we deny the autonomy of the person if we ignore the proxy: "If... surrogate decision-making should primarily serve as a way of promoting the autonomy of the person for whom decisions are being made, then ignoring such wishes would constitute a violation of that person’s autonomy", he said.
Winebago County Clerk Margie Mullins -- who first refused to give the couple the certificate -- argued that they were simply unable to enter into a marriage. "the other party involved would have no idea what’s going on," she said. "I just think that is not what marriage is supposed to be about."

site bioedge

Another unethical study – this time in NY’s Bowery



by Michael Cook
Here’s a familiar script: medical researchers in the 1950s in a democratic country conduct forgotten experiments which yield no useful data on a vulnerable population. This week’s revelation comes from New York’s skid row, the Bowery. An oncologist from Columbia University recruited alcoholics for his study of prostate cancer by offering them three square meals, a clean bed and free medical treatment if they had cancer. In return they agreed to have a medical biopsy.
What the men were not told was that the biopsy could cause impotence and rectal tears and that treatment would probably involve removal of the prostate and testicles – but would not necessarily prolong their lives. “The failure to provide full informed consent and exposing a vulnerable population to undue risk—are disturbing. Yet the [research was] published in leading medical journals and frequently cited, joining the long list of unethical studies performed in full public view,” says Robert Aronowitz, the author of a highly critical essay in theAmerican Journal of Public Health.
The study was started in 1951 by a young urologist, Dr Perry Hudson, and ran for more than a decade. Now 96 and living in Florida, Dr Hudson told the New York Times that he believed that the treatments would prolong their lives.
Even at the time, some doctors objected to the research on ethical grounds. “Among urologists, I got called a collection of really fancy names,” Dr Hudson told Aronowitz. “I didn’t pay any attention to them.” The people Hudson admired “understood what I was doing. So I paid no attention to it.”
A “retrospectoscope” is a clear lens for ethical mistakes. But Dr Aronowitz’s real target is contemporary screen-and-treat programs for prostate cancer. He says that they, too, are “a mass experiment conducted on ill-informed men”. “Ethical tragedies are difficult to recognize in the present. They do not necessarily appear in the same guise as past ones,” Dr Aronowitz writes. “Future observers may view the massive evidence-challenged expansion of our screen-and-treat paradigm in prostate cancer in the same way as we now view the Bowery series practices.” (See also a similar article in the Bulletin of the History of Medicine.)

site bioedge

Usuários de planos terão 87 novos procedimentos cobertos


Itens deverão ser ofertados por todas as operadoras a partir de 2014. Medida inclui 37 medicamentos orais para tratamento de diferentes tipos de câncer

A partir de janeiro de 2014, os beneficiários de planos de saúde individuais e coletivos terão direito a mais 87 procedimentos, incluindo 37 medicamentos orais para o tratamento domiciliar de diferentes tipos de câncer e 50 novos exames, consultas e cirurgias (veja a lista completa no fim do texto). A medida é resultado de consulta pública realizada pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) e beneficia 42,5 milhões de consumidores com planos de saúde de assistência médica e outros 18,7 milhões consumidores com planos exclusivamente odontológicos. As novas incorporações foram anunciadas nesta segunda-feira, dia 21,em Brasília, pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e o diretor-presidente da ANS, André Longo.
A principal novidade no rol de procedimentos da agência é a inclusão de tratamento para o câncer em casa, com medicamentos via oral. Serão ofertados medicamentos para o tratamento de tumores de grande prevalência entre e população, como estômago, fígado, intestino, rim, testículo, mama, útero e ovário. A terapia medicamentosa oral contra o câncer promove maior conforto ao paciente e reduz os casos de internação para tratamento em clínicas ou hospitais.
“Os plano de saúde serão obrigados a oferecer a seus beneficiários o que há de mais modernos no tratamento médico, como o caso desses 37 novos medicamentos que serão incorporados ao tratamento do câncer. A mudança no rol dos medicamentos oferecidos pelos planos de saúde é um avanço importante para complementar o cuidado do paciente da saúde suplementar e é uma mudança importante no paradigma do que passa a ser obrigatório para os planos de saúde”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
O novo rol também contempla o cuidado integral à saúde e o tratamento multidisciplinar ao prever na cobertura obrigatória consulta com fisioterapeuta, além de ampliar o número de consultas e sessões de seis para 12 com profissionais de especialidades como fonoaudiologia, nutrição, psicologia e terapia ocupacional.Pacientes, por exemplo, que queiram se submeter à laqueadura, vasectomia, cirurgia bariátrica, implante coclear e ostomizados ou estomizados têm direito a 12 sessões de psicologia.
NOVOS PROCEDIMENTOS - Além disso, foram incluídos 28 cirurgias por videolaparoscopia (procedimentos menos invasivos que reduzem os riscos para o paciente e o tempo de internação), além de tratamento de dores crônicas nas costas utilizando radiofrequência e tratamento de tumores neuroendócrinos por medicina nuclear. Também foi estabelecida a obrigatoriedade do fornecimento de bolsas coletoras intestinais ou urinárias para pacientes ostomizados. Além das bolsas, também devem ser ofertadas ao paciente os equipamentos de proteção e segurança utilizados conjuntamente com elas, como as barreiras protetoras de pele.
No rol odontológico, passam a constar a realização de enxertos periodontais, teste de identificação da acidez da saliva; e tunelização (cirurgia de gengiva destinada a facilitar a higienização dentária).
“A inclusão de novos medicamentos e procedimentos nãoirá impactar em aumento das mensalidades pagas pelos usuários em 2014. Os reajustes nos planos de saúde em decorrência de ampliação do rol de procedimentos têm sido pequenos, já foram inclusive, em alguns casos, nulos. Até porque muitos desses novos medicamentos e procedimentos irão substituir outros procedimentos já oferecidos e deverão  diminuir o tempo de internação  e melhorar o tempo de recuperação dos pacientes como é o caso das cirurgias por videolaparoscopia e dos medicamentos orais para tratamento do câncer”, esclareceu o diretor-presidente da ANS, André Longo.
AMPLIAÇÃO – Além de inclusões, a ANS ampliou o uso de outros 44 procedimentos já ofertados no rol da agência. Entre eles, o exame pet scan que passa de três para oito indicações: além de tumor pulmonar para células não pequenas, linfoma e câncer colo-retal, o exame passa a ser indicado também para a detecção de nódulo pulmonar solitário, câncer de mama metastático, câncer de cabeça e pescoço, melanoma e câncer de esôfago. O exame de angiotomografia coronariana também foi ampliado para pacientes de risco baixo e intermediário para doenças coronarianas, assim como a tomografia de coerência ótica – que agora também tem indicação coberta pelas operadoras para patologias retinianas, entre elas: edema macular cistoide, edema macula diabético.
CONSULTA PÚBLICA - A revisão do rol de procedimentos e eventos em saúde foi realizada a partir de consulta pública realizada entre junho e agosto deste ano e que recebeu 7.340 contribuições – o maior número entre as 53 consultas públicas já realizadas pela ANS. Das contribuições, 50% foi de consumidores, 16% por representantes de operadoras de planos de saúde, e 16% por prestadores de serviços de saúde e gestores em saúde.
A Resolução Normativa editada pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) sobre o novo Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde será publicada nesta terça-feira (22/10), no Diário Oficial da União. A medida é válida para consumidores com planos de saúde de assistência médica contratados após 1º de janeiro de 1999 no país e também para os beneficiários de planos adaptados à Lei nº 9.656/98.
DEFESA DO CONSUMIDOR – O Ministério da Saúde, por meio da ANS, tem adotado uma série de medidas para tornar mais rígido o monitoramento das operadoras de planos de saúde com objetivo de melhorar o atendimento do cidadão aos serviços contratados.Desde 2011, a agência apresentou seis relatórios de monitoramento, que resultaram em quatro medidas de suspensão da comercialização de planos de saúde. No total, 618 planos de 73 operadoras tiveram sua comercialização suspensa temporariamente.
Atualmente, 246 planos de 26 operadoras estão com a comercialização de seus produtos suspensa. A suspensão é imposta pela ANS quando há descumprimento dos prazos de atendimento ou negativa de cobertura. A ANS alerta para que o consumidor denuncie a operadora caso não consiga agendar o atendimento com os profissionais ou estabelecimentos de saúde credenciados pelo plano, dentro do prazo máximo previsto, ou tenha negadas as coberturas previstas em contrato. Para isso, o cliente conta com os seguintes canais de atendimento: Disque ANS (0800 701 9656) ou acesse a Central de Relacionamento no sítio eletrônico da Agência (www.ans.gov.br).

Lista de medicamentos orais para tratamento do câncer.

Lista completa de procedimentos incluídos no rol 2014.

sábado, 12 de outubro de 2013

Brown signs bill to allow children more than two legal parent



The bill — similar to one the governor vetoed last year — had been opposed as an attack on traditional family; proponents argued that the changing family structure needs to be addressed.


Gov. Jerry Brown walks through the Capitol
Gov. Jerry Brown walks through the Capitol on Friday, a busy bill-signing day. Among the bills he approved was the one allowing children to have more than two legal parents. (Rich Pedroncelli / Associated Press / October 4, 2013)



SACRAMENTO — Gov. Jerry Brown signed legislation Friday that will allow children in California to have more than two legal parents, a measure opposed by some conservative groups as an attack on the traditional family.
Sen. Mark Leno (D-San Francisco) said he authored the measure to address the changes in family structure in California, including situations in which same-sex couples have a child with an opposite-sex biological parent.
The law will allow the courts to recognize three or more legal parents so that custody and financial responsibility can be shared by all those involved in raising a child, Leno said.
"Courts need the ability to recognize these changes so children are supported by the adults that play a central role in loving and caring for them," Leno said. "It is critical that judges have the ability to recognize the roles of all parents so that no child has to endure separation from one of the adults he or she has always known as a parent."
The bill was partially a reaction to a 2011 court decision involving a lesbian couple that briefly ended their relationship, according to Leno's office. One of the women was impregnated by a man before the women resumed their relationship. A fight broke out, putting one of the women in the hospital and the other in jail, but the daughter was sent to foster care because her biological father did not have parental rights.
"Everyone who places the interests of children first and realizes that judges shouldn't be forced to rule in ways that hurt children should cheer this bill becoming law," said Ed Howard, senior counsel for the Children's Advocacy Institute at the University of San Diego School of Law.
SB 274 was opposed by advocates for traditional families, including Brad Dacus, president of the Pacific Justice Institute, who said Friday he was disappointed by the governor's action.
"This is in the long run going to be a mistake," Dacus said. "The ones who are going to pay the price are not the activists, but it's going to be children, who will see greater conflict and indecision over matters involving their well-being."
Dacus said having more than two legal parents will create the potential for greater conflict over what is best for a child and result in more complicated court fights.
The measure was opposed in the Legislature by the conservative Capitol Resource Institute, which called it detrimental to children. The group said children thrive in homes with their biological mother and father, or with adoptive parents being male and female role models.
Brown vetoed a similar bill last year, and his representatives did not return calls for comment on what changed his mind.
The governor acted on 47 bills Friday, including a measure to allow the Department of Motor Vehicles to test the use of license plates with changeable digital screens and wireless capability.
Then-Sen. Curren Price (D-Los Angeles) introduced SB 806, to allow tens of thousands of cars to be fitted with technology that could cut the cost of issuing metal plates and paper registration stickers.
Price had proposed a similar bill in 2010 that would have allowed the digital plates to periodically show ads to generate revenue for the state, but the bill signed by the governor Friday does not include that function. The test program will be paid for by a private vendor, involve volunteer motorists and end in January 2017.
In response to privacy activists, the law prohibits the DMV from using electronic devices to track the location, movement or use of vehicles. The savings would occur because the DMV could electronically update a plate, showing its registration, without having to send notices back and forth by mail.
The bill was supported by Smart Plate Mobile, a company that holds a patent on a digital electronic license plate.
The governor also signed into law:
• A measure to require disability income insurance policies to cover disabilities caused by severe mental illnesses, such as schizophrenia and bipolar disorder. The bill, AB 402, was by AssemblymanTom Ammiano (D-San Francisco).
•A measure to permit some patients in life-threatening emergencies to receive experimental treatment without their informed consent. Under state law, medical research cannot be performed on human subjects unless the patient has given consent. Patients in life-threatening situations had been temporarily exempted from the law; the bill, AB 58, by Assemblyman Bob Wieckowski (D-Fremont), makes that exemption permanent.
do site  Los Angeles Times

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Mulher brasileira é vítima de seu próprio machismo, diz historiadora

Mary Del Priore é historiadora, professora universitária e autora de obras como História das Mulheres no Brasil (ed. Contexto), vencedor dos prêmios Jabuti e Casa Grande e Senzala, e Histórias e Conversas de Mulher (ed. Planeta), em que acompanha avanços femininos desde o século 18.

Para a historiadora, as mulheres brasileiras do último século conquistaram o direito de votar, tomar anticoncepcionais, usar biquíni e a independência profissional. Mas ainda hoje são vítimas de seu próprio machismo.

 

Muitas mulheres "não conseguem se ver fora da órbita do homem" e são dependentes da aprovação e do desejo masculino, opina ela.

BBC Brasil - Você vê traços de machismo ou preconceito em seus ambientes profissional e pessoal?

Mary Del Priore - No ambiente profissional, não vivi nenhum problema, porque desde os anos 1980 o setor acadêmico sofreu grande "feminilização". As mulheres formam um bloco consistente nas disciplinas (universitárias) mais diversas.

"O fato de que elas busquem se realizar resgatando o trabalho doméstico, manual ou artesanal é uma prova de que a singularidade feminina tem muito a oferecer. A mulher pode, sim, realizar-se através do trabalho doméstico e não necessariamente no público"

Mas, na sociedade, acho que o machismo no Brasil se deve muito às mulheres. São elas as transmissoras dos piores preconceitos. Na vida pública, elas têm um comportamento liberal, competitivo e aparentemente tolerante. Mas em casa, na vida privada, muitas não gostam que o marido lave a louça; se o filho leva um fora da namorada, a culpa é da menina; e ela própria gosta de ser chamada de tudo o que é comestível, como gostosa e docinho, compra revistas femininas que prometem emagrecimento rápido e formas de conquistar todos os homens do quarteirão.

O que mais vemos, sobretudo nas classes menos educadas, é o machismo das nossas mulheres.

BBC Brasil - Mas muitas até querem que os maridos ajudem em casa, mas será que essas coisas do dia a dia acabam virando motivos de brigas justamente por conta do machismo arraigado? E também há mulheres estudadas, ambiciosas e fortes - mas também vaidosas, que ao mesmo tempo querem se sentir desejadas por um parceiro/a que as respeite. Isso é uma conquista delas, não?

Del Priore - Ambas as questões não podem ter respostas generalizantes. Mais e mais, há maridos interessados na gerência da vida privada e na educação dos filhos. Quantos homens não vemos empurrando carrinhos de bebê, fazendo cursos de preparação de parto junto com a futura mamãe ou no supermercado? Tudo depende do nível educacional de ambos os parceiros. Quanto mais informação e mais educação, mais transparente e igualitária é a relação.

Quanto às mulheres emancipadas, penso que preferem estar sós do que mal acompanhadas. Chega de querer "ter um homem só para chamar de seu". Elas estão mais seletivas e não desejam um parceiro que queira substituir a mãe por uma esposa.

BBC Brasil - Como a mulher mudou – e o que permanece igual – no último século?

"Na vida privada, muitas se revelam não só machistas mas racistas e homofóbicas. Muitas não gostam que o marido lave a louça; se o filho leva um fora da namorada a culpa é da menina, ela própria gosta de ser chamada de tudo o que é comestível, como gostosa e docinho, compra revistas femininas que prometem emagrecimento rápido e formas de conquistar todos os homens do quarteirão"

Del Priore - Temos uma grande ruptura nos anos 60 e 70 no Brasil, que reproduz as rupturas internacionais, com a chegada da pílula anticoncepcional. As mulheres começaram a ocupar postos nos diversos níveis da sociedade, a ganhar liberdade sexual e financeira. Ela passa atuar como propulsora de grandes mudanças. Quebra-se o paradigma entre a mulher da casa e a mulher da rua.

(Mas) a mulher continua se vendo através do olhar do homem. Ela quer ser essa isca apetitosa e acaba reproduzindo alguns comportamentos das suas avós. Basta olhar algumas revistas femininas hoje. Salvo algumas transformações, a impressão é de que a gente está lendo as revistas da época das nossas avós.

A mulher não consegue se ver fora da órbita do homem, diferentemente de algumas mulheres europeias, que são muito emancipadas. O que ela quer é continuar sendo uma presa desejada.

A (antropóloga) Mirian Goldenberg diz que a mulher brasileira continua correndo atrás do casamento como uma forma de realização pessoal. No topo da agenda dela não está se realizar profissionalmente, fazer o que gosta, viajar, conhecer o mundo – está encontrar um par e botar uma aliança no dedo. Mesmo que o casamento dure uma semana.

Quais as amarras das mulheres atuais?

Del Priore - O machismo é uma das questões. Outra, que talvez explique a inatividade da mulher frente a esse padrão, é que, com a entrada num mercado de trabalho tão competitivo, com tantas crises econômicas e uma classe média achatada, a luta pela sobrevivência se impõe sobre qualquer outro projeto.

Essa falta de tempo para respirar, o fato de ter que bancar filhos ou netos, isso talvez não dê à mulher tempo para se conscientizar e se erguer acima do individualismo – outra tônica do nosso tempo – e pensar no coletivo.

BBC Brasil - Ao mesmo tempo em que a mulher avança no mercado de trabalho, algumas também têm perdido a vergonha de parar de trabalhar para cuidar dos filhos; ou resgatado, como hobbies ou profissão, antigas "tarefas de mulher", como tricô, cozinha, artes manuais. Desse ponto de vista, existe um poder maior de escolha das mulheres?

Del Priore- Sempre apostei que as mulheres não deveriam buscar ser "um homem de saias", mas apostar em sua diferença e singularidade. As marcas do gênero, segundo sociólogos, são a criatividade, a diplomacia, capacidade de dialogar, etc. O fato de que elas busquem se realizar resgatando o trabalho doméstico, manual ou artesanal é uma prova de que a singularidade feminina tem muito a oferecer.

A mulher pode, sim, realizar-se através do trabalho doméstico e não necessariamente no público. Desse ponto de vista elas só estariam dando continuidade a uma longa tradição, discreta e oculta, que é a independência adquirida por meio de atividades desenvolvidas no lar. Nossas avós, quando trabalhadoras domésticas, já conheceram essa situação. A tecnologia só nos ajuda a torná-lo mais eficiente.

BBC Brasil - Que papel a educação teve na mulher que você é hoje?

"Hoje o grande desafio, em qualquer idade, é o equilíbrio interior, estar bem consigo mesma. Quando começamos a envelhecer – o que é o meu caso, aos 61 anos –, é preciso olhar isso com coragem, ver isso como um investimento positivo"

Del Priore - Tive uma trajetória peculiar. Resolvi fazer universidade (aos 28 anos) quando já era mãe de três filhos. A maturidade me ajudou muito a progredir. Tive a sorte de ter na PUC-RJ e na USP um ambiente muito receptivo, porque era um momento em que a universidade estava largando aquela camisa de força marxista e se abrindo para estudos de cultura e sociedade, que me interessavam.

BBC Brasil - Quais os principais desafios que você enfrenta como mulher?

Del Priore - Hoje o grande desafio, em qualquer idade, é o equilíbrio interior, estar bem consigo mesma. Quando começamos a envelhecer – o que é o meu caso, aos 61 anos –, é preciso olhar isso com coragem, ver isso como um investimento positivo. E ter tempo para a família, para as pessoas em volta da gente.

Quando era mais jovem, eu me preocupava muito com grandes projetos. Hoje me preocupo com o pequeno – acho que é por aí que você muda a realidade. É no dia a dia, na maneira como você trata as pessoas à sua volta, no respeito que você tem pelo seu bairro. Não temos condições de abraçar o mundo. Através do micro, a gente consegue aos poucos transformar o macro.

Essa entrevista faz parte da série "100 Mulheres - Vozes de Meio Mundo". A série, publicada globalmente pela BBC, trata dos desafios da mulher contemporânea.

do site bbc.uk

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

No século XXI, o flagelo da fome persiste


01/10/2013 - 17:45

Relatório da ONU mostra que mais de 840 milhões ainda passam fome e que maioria dos países não cumprirá meta prevista para 2015
Uma em cada oito pessoas está cronicamente desnutrida. É o que aponta o relatório Situação de Insegurança Alimentar no Mundo, divulgado nesta terça-feira (1o), por agências da Organização das Nações Unidas ligadas à alimentação. De acordo com o documento, cerca de 842 milhões de pessoas em todo o mundo sentiram fome aguda entre 2011 e 2013.
Houve uma diminuição no número de pessoas alcançadas pelo flagelo, mas não o suficiente para que seja atingido o Objetivo do Milênio (ODM) de reduzir pela metade a prevalência da fome no mundo em 2015, advertem as agências. Entre 2010 e 2012, cerca de 868 milhões de pessoas estavam desnutridas, 26 milhões a mais que no atual período.
O crescimento econômico continuado nos países em desenvolvimento melhorou a renda e o acesso à comida. Contudo, a maioria dos famintos ainda vive nesses territórios, enquanto apenas 15,7 milhões estão em países desenvolvidos.
Esforços adicionais e imediatos
O relatório reforça que as regiões em desenvolvimento fizeram significativos progressos com o propósito de alcançar a meta do ODM para a redução da fome. Mas a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (IFAD) e o Programa Mundial de Alimentos (PMA), integrantes da ONU e responsáveis pelo documento, solicitaram esforços “adicionais e imediatos” aos países para o alcance do objetivo.
“Políticas voltadas para a melhoria da produtividade agrícola e aumento da disponibilidade de alimentos, especialmente quando os pequenos produtores que são o foco das ações, podem promover a redução da fome até mesmo onde a pobreza está espalhada. Quando são combinadas com proteção social e outras medidas que aumentam a renda de famílias pobres, podem ter um efeito ainda mais positivo e induzir o desenvolvimento rural, por meio da criação de mercados vibrantes e oportunidades de emprego, resultando em crescimento econômico equitativo”, disseram os diretores da FAO, IFAD e PMA, José Graziano da Silva, Kanayo F. Nwanze e Ertharin Cousin.
O documento reforça que a população de renda mais baixa, particularmente nas áreas rurais, deve estar no foco das ações. “Nos países pobres, a redução da fome e da pobreza somente será obtida com o crescimento que seja não apenas sustentável, mas também amplamente compartilhado”, destaca o relatório.
África: contrastes entre experiências exitosas e dados alarmantes
O continente africano conseguiu reduzir o índice de desnutrição de 27,3% no triênio 1990/1992 para 21,2% entre 2011 e 2013. No entanto, em números absolutos, uma maior parcela da população passou a ser vitimada pela fome – de 177 milhões de pessoas no início da década de 1990 para 226 milhões em 2013. O índice deve-se ao aumento populacional do continente e às disparidades nos indicadores de cada país. A África reúne a maior prevalência mundial de atingidos pela fome – um em cada quatro africanos está desnutrido.
O maior quantitativo encontra-se na África Subsaariana – onde 24,8% da população está em situação de insegurança alimentar. Ainda assim, houve uma redução de 7,9% em 20 anos. A África do Norte destaca-se, segundo o relatório, como tendo “prevalência muito menor e progresso mais rápido”, com 3,7 milhões de famintos. “A região não está a caminho de atingir os Objetivos do Milênio devido ao pouco progresso em ambas as partes do continente”, avalia a publicação.
O caso de Gana é tratado pelo relatório como uma “história de sucesso”. O robusto crescimento econômico ao longo das últimas três décadas – com média anual de crescimento do PIB de 4,5%, estabilidade política e reformas de mercado – resultaram em cenário favorável a investimentos. Como consequência, menos de 5% da população estava desnutrida entre 2011 e 2013.
Desafios e caminhos
Entre as razões para explicar os indicadores africanos negativos, o documento das Nações Unidas aponta a dependência regional da importação de alimentos, que os tornam suscetíveis a oscilações de preços de commodities; limitações de infraestrutura; guerras civis e baixo acesso a água potável. Em contrapartida, o crescimento econômico; o aumento na taxa de investimentos oriundos de outros países e incrementos na produção agrícola integram os fatores que contribuíram para aumento da segurança alimentar não só em países africanos, como na Ásia.
“Em alguns países, os fluxos de remessas dos emigrantes têm ajudado estimular o crescimento interno. As remessas aumentaram o investimento de pequena escala, que foi particularmente benéfico para o crescimento onde a produção e distribuição de alimentos ainda contam com redes de pequena escala e local. Isso vale em especial para os países da África Subsaariana, onde uma combinação de maior produtividade das culturas e aumento da produção de gado levou à redução da desnutrição”, relata o documento.
Brasil: redução de 40% em 20 anos
Entre 1992 e 2013, o número de brasileiros que passa fome reduziu de 22,8 milhões para 13,6 milhões, aponta o relatório da FAO. Em outros termos, 40% a menos de pessoas passam fome no país. Proporcionalmente ao total da população, o índice caiu de 15% em 1992 para 6,9% entre 2011 e 2013 – uma redução de mais de 54%.
Para a FAO, o crescimento econômico estável e o incremento nos níveis de renda melhoraram o acesso à comida não só no Brasil, mas em outros países em desenvolvimento que apresentaram melhoras significativas na segurança alimentar.
Em junho deste ano, a organização premiou o Brasil e outros 38 países por terem atingido a meta do milênio para a desnutrição antes de 2015, prazo final.
A FAO define desnutrição ou fome como “não ter comida suficiente para uma vida ativa e saudável” e uma incapacidade de “atender às necessidades energéticas da dieta”.
Redação do brazilafrica com informações da FAO
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terça-feira, 1 de outubro de 2013

Judge Orders New Jersey to Allow Gay Marriage



Pool photo by Tony Kurdzuk
Judge Mary C. Jacobson
It is the first time a court has struck down a state’s refusal to legalize same-sex marriage as a direct result of the Supreme Court ruling, and with lawsuits pending in other states, it could presage other successful challenges across the country.
The decision was a rebuff to Gov. Chris Christie, a Republican whovetoed a bill passed by the Legislature last year that would have allowed same-sex couples to marry. His office said it would appeal to the state’s highest court. And he is likely to seek a stay preventing same-sex marriages from beginning on Oct. 21, as the judge ordered.
New Jersey was particularly ripe for a challenge after the Supreme Court ruling, because of a previous ruling by the state’s highest court in 2006. In that decision, in the case Lewis v. Harris, the New Jersey Supreme Court ruled unanimously that same-sex couples were entitled to all of the rights and benefits of marriage. But the court stopped short of saying they had a fundamental right to marry, and in an unusual step instructed the Legislature to define how to confer equal protection.
“The ineligibility of same-sex couples for federal benefits is currently harming same-sex couples in New Jersey in a wide range of contexts,” Judge Mary C. Jacobson of State Superior Court in Mercer County wrote on Friday. “Same-sex couples must be allowed to marry in order to obtain equal protection of the law under the New Jersey Constitution.”
Legislators had responded to the 2006 court ruling by passing a bill to allow civil unions, but same-sex couples sued again, arguing that civil unions denied them many benefits, particularly in health care decisions and financial matters.
The United States Supreme Court’s ruling in June striking down the federal Defense of Marriage Act meant that the federal government must provide the same benefits to gay married couples as it does to heterosexual married couples. Justice Anthony M. Kennedy noted in his opinion that the ruling was “confined” to legal marriages, and several federal agencies have since said that partners in civil unions would not be extended benefits, including those having to do with immigration, tax status and health care. Thirteen states and the District of Columbia allow gay couples to marry.
The same-sex couples in New Jersey pressed for a fast judgment after the Supreme Court’s decision. Judge Jacobson agreed with the plaintiffs that the federal decision demanded a change in New Jersey, to abide by the state’s earlier ruling recognizing equal protection for gay couples.
“Under these circumstances, the current inequality visited upon same-sex civil union couples offends the New Jersey Constitution, creates an incomplete set of rights that Lewis sought to prevent, and is not compatible with ‘a reasonable conception of basic human dignity,’ ” she wrote, quoting from the earlier State Supreme Court decision.
While the decision is limited to New Jersey, gay rights advocates said that it would help fuel the argument that marriage is a fundamental right for gay couples.
“Other states may not have a Lewis decision that says that not giving same-sex couples an equal footing violates the Constitution, but I think that argument is available, and a vibrant argument to make,” said Hayley Gorenberg of Lambda Legal, who representedGarden State Equality and six gay and lesbian couples and their children in the New Jersey case.
The federal decision, she said, “made the freedom to marry even more urgent than before because the state stood between these families and a host of federal protections, benefits, rights and responsibilities.” She hailed Judge Jacobson’s ruling as “thrilling.”
The ruling heightens the political drama for Mr. Christie, who is up for re-election in November, and is considered a leading candidate for his party’s nomination for president in 2016.
His Democratic opponent, State Senator Barbara Buono, called the ruling “a stark reminder that Governor Christie stands on the wrong side of history.”
“The courts have spoken and the people have spoken,” Ms. Buono added. “It is time for Chris Christie to stop blocking equal rights for all New Jerseyans.”
But the court ruling might not work against him in a presidential campaign as he courts conservative voters in key primary states. He frequently rails against the New Jersey Supreme Court as too liberal, and has tried to fill it with judges who would rule more conservatively on issues like affordable housing and school financing.
If the appellate court rules against him on same-sex marriage, and even opponents believe there is a strong chance it will, Mr. Christie could simply campaign against activist judges. He could even ask the appellate court to push the case immediately to the State Supreme Court for quick resolution.
When Mr. Christie vetoed the same-sex marriage bill, he urged lawmakers to put the issue before voters. The Democratic-led Legislature declined, saying that questions of civil rights should not be subject to a referendum.
The governor’s office, in a statement on Friday, signaled that he intended to make the Legislature, if not the courts, his boogeyman. “Since the Legislature refused to allow the people to decide expeditiously, we will let the Supreme Court make this constitutional determination,” the statement said.
Legislative leaders, working with state and national gay rights groups, are pushing to override Mr. Christie’s veto, which they have until January to do.
This article has been revised to reflect the following correction:
Correction: September 27, 2013
An earlier version of the article misspelled the surname of the judge who ruled in the same-sex marriage case. She is Mary C. Jacobson, not Jacobsen. And an earlier version also misstated the legal status of gay unions in the District of Columbia. The district has same-sex marriage, not only another form of protection for same-sex couples.
This article has been revised to reflect the following correction:
Correction: October 1, 2013
An article on Saturday about a New Jersey judge's ruling that the state must allow same-sex couples to marry misstated the role of Hayley Gorenberg in the lawsuit that led to the ruling. She represented Lambda Legal in the case; she did not argue it. (The case was argued before Judge Mary C. Jacobson by Lawrence S. Lustberg.)