sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Mês da História do Negro Americano homenageia legado de lutas e conquistas



Por Louise Fenner
Um homem e seu filho olham para o ônibus em que Rosa Parks se recusou a ceder seu assento em 1955, um marco no movimento pelos direitos civis.
Washington — Todo mês de fevereiro, mês dedicado à História do Negro Americano, homenagens são rendidas às lutas e triunfos de milhões de cidadãos americanos diante dos mais difíceis obstáculos, como a escravidão, o preconceito, a pobreza, bem como às suas contribuições à vida cultural e política da nação.

De acordo com o Escritório do Censo dos EUA, os afro-americanos formam cerca de 14% da população dos EUA e compõem o segundo maior grupo minoritário, depois dos hispânicos.

Em 2009, a eleição de Barack Obama, primeiro presidente afro-americano dos Estados Unidos, ofereceu ao Mês da História do Negro um significado especial. Em seu discurso inaugural, o presidente Obama reconheceu a importância histórica do momento em que “um homem, cujo pai, há menos de 60 anos, poderia não ser atendido em um restaurante local, pode estar hoje diante de vocês para prestar o juramento mais sagrado.”

HOMENAGEM ÀS REALIZAÇÕES DOS AFRO-AMERICANOS

O Mês da História do Negro Americano foi uma inspiração de Carter G. Woodson (em inglês), acadêmico e historiador notável, que instituiu a Semana da História do Negro em 1926. Ele escolheu a segunda semana de fevereiro por coincidir com o aniversário do presidente Abraham Lincoln e do abolicionista Frederick Douglass.

A comemoração foi então ampliada para um mês, em 1976, por ocasião do bicentenário da nação. O presidente Gerald R. Ford pediu aos americanos para “aproveitar a oportunidade para homenagear as realizações dos negros americanos em todas as áreas de atuação, tão frequentemente negligenciadas, ao longo de nossa história”.

Woodson, filho de ex-escravos na Virgínia, percebeu que as lutas e as realizações dos americanos de afro-descendentes estavam sendo ignoradas ou distorcidas. Fundou a Associação para o Estudo da Vida e da História Afro-Americana (ASALH), que apoia a pesquisa histórica, publica uma revista acadêmica e determina anualmente o tema do Mês da História do Negro Americano.

O tema deste ano é “Mulheres Negras na Cultura e História Americana”. “Nas igrejas, em grupos comunitários, nas sociedades literárias, em irmandades e em organizações de defesa, mulheres afro-americanas foram o núcleo da vida organizada dos negros, mas aqui os seus esforços muitas vezes ficaram ocultos do olhar do público e, portanto, sua história é muito pouco conhecida”, afirmou ASALH.

John Fleming, presidente da ASALH de 2007 a 2009, e diretor emérito do Centro do Museu de Cincinnati, disse que a herança do presidente Barack Obama — filhe de pai negro nascido no Quênia e mãe branca nascida nos Estados Unidos — “continua a refletir as contribuições que os africanos e os europeus trouxeram para a história americana desde seu início”.

Fleming disse acreditar que o Mês da História do Negro Americano deveria enfocar tanto aspectos positivos quanto negativos da experiência negra. “Certamente, as lutas têm sido um tema contínuo em nossa história desde seu começo. Entretanto, não éramos escravos antes de sermos capturados na África — e, embora a escravidão tenha feito parte de nossa experiência durante 250 anos, temos mais de cem anos de liberdade que também precisamos levar em conta”.

Ele disse que viu “avanço substancial em muitas frentes”, mas, que “ao mesmo tempo, ainda há grandes problemas a serem resolvidos. Um deles é a permanente subclasse em áreas urbanas hoje em dia. Parece que não somos capazes de quebrar o ciclo de pobreza. E ainda existem alguns importantes bolsões rurais de pobreza”, tais como no Delta do Mississippi. De acordo com o Bureau do Censo, 27% dos afro-americanos vivem na pobreza, em comparação com 13% da população total.

“A meu ver, a história afro-americana consegue mais atenção no mês de fevereiro do que durante qualquer outra época do ano”, disse Fleming, “e creio ser uma oportunidade para nós, dessa área, enfatizarmos que isso é algo que deve ser estudado durante todo o ano.”

Em 2003, o presidente George W. Bush promulgou uma lei para criar o Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana, do Instituto Smithsoniano, que será localizado no National Mall perto do Monumento de Washington. (Ver Museum Seeks to Document the African-American Experience – texto em inglês.)

Todos os anos o presidente dos EUA homenageia o Mês da História do Negro Americano — ou Mês da História Afro-Americana, como também é chamado — com uma declaração e comemoração na Casa Branca. Os estados e as cidades realizam seus próprios eventos em todo o país, e a mídia destaca tópicos de relacionados à história dos negros.

Ver também Growing Number of Museums Preserving Black History, Culture(O número crescente de museus que preservam história e a cultura negra - em inglês). Consulte o site do Escritório do Censo (em inglês) para obter mais informações sobre a população dos Estados Unidos.
Visite o site da Association for the Study of African American Life and History(Associação para o Estudo da Vida e da História Afro-Americana - em inglês) para obter mais informações.

do site brazil.usembassy.gov

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